Marcelo Moura dispensado pelo Benfica

"De contratado a dispensado no espaço de um ano. Foi assim o percurso vertiginoso do avançado Marcelo Moura, um jovem de 16 anos que chegou ao clube da Luz depois de indicado pelo olheiro do Benfica no Barreiro.
Marcelo é neto de José Augusto, glória do Benfica na década de 60. Mas o sonho de Marcelo depressa passou de vermelho a negro.Viajava quase todos os dias de Caxias - em Oeiras - para o Seixal, onde treinava. Perdia mais de três horas de viagem e chegava a casa perto da meia-noite e ainda sem jantar. No dia seguinte tinha de acordar às 07h00, para entrar na escola às 08h00. Era o pai quem lhe pagava o passe de transportes.'Não deveriam enveredar por castigos que já nem se usam na escola, do tipo de não o convocar ou de não o deixar treinar.

O Marcelo chegou a ser impedido de treinar no Seixal. Há falta de pedagogia', acusa José Augusto, lamentando que nem Carraça, nem Manuel Ribeiro lhe tivessem comunicado a dispensa do neto, da qual tomou conhecimento pelo amigo Jaime Graça.'Houve falta de olho clínico e de perceber o campo de progressão do miúdo', acrescentou.

Castro Moura, pai de Marcelo, é mais contundente nas críticas: 'O que aconteceu é pouco profissional e pouco ético. Limitaram-se a mandar uma carta no início do ano a dizer que o Marcelo tinha sido dispensado.
Isto é inenarrável.'E agrava a responsabilidade do Benfica na questão: 'Fiquei a saber que ele andava sem jogar porque o Barreirense não dava a carta que libertava o miúdo, uma vez que o Benfica não tinha pago uma verba irrisória - creio que 2500 euros - estabelecida pela Federação.'Castro Moura conta ainda mais. 'O pior é que quando fui assinar os papéis para autorizar o meu filho a jogar no Benfica deram-me a garantia de que estava tudo resolvido com o Barreirense. Isto aconteceu em Julho de 2006 e em Novembro é que estranhei, porque ele nunca era convocado. O miúdo esteve mais de meia época sem jogar por causa da carta. Comecei a ligar para o departamento de futebol juvenil do Benfica mas de Carraça e Manuel Ribeiro zero. Nunca me atenderam. Acho vergonhoso', refere."

Fonte: CM

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Autor: Sofia I

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