O tão badalado charter de jogadores chineses que Paulo Futre anunciou aquando do seu discurso na apresentação da candidatura de Dias Ferreira à presidência do Sporting, afinal aterrou na Amora.
Ruan Yang, Wang Meng, Shang Jin, Xiufu Wang e Tianzi lia são os chineses que reforçam o plantel da equipa da margem sul do Tejo.
Chegaram há cerca de duas semanas e foram recebidos de braços abertos. Os dois primeiros jogavam no Sporting B e na Oliveirense, respetivamente, os outros vieram diretamente da China.
O treinador José Meireles não está de olhos em bico, elogia o empenho que os atletas têm demonstrado e espera que sejam mais-valias para que a equipa consiga alcançar o objetivo de subir à 2.ª Divisão. Mas confessou a A BOLA que a grande dificuldade é mesmo a língua.
- Devo ser um dos poucos, ou mesmo o único, que em Portugal trabalha com tantos chineses ao mesmo tempo. É verdade que a linguagem do futebol é universal, mas dificulta eles só falarem mandarim.
O Ruan é que fala um pouco de inglês e serve de tradutor aos outros, ou pelo menos espero que transmita o que lhe digo (risos).
A aposta desenhada pelo presidente José Mendes mereceu a adesão do
treinador José Meireles, consciente do desafio e do efeito que estes
jogadores poderão ter na equipa. Em entrevista ao SAPO Desporto, o
técnico acredita que esta estratégia poderá ser uma tendência para o
futuro em Portugal.
«Porque não? Em Portugal temos jogadores oriundos dos quatro
cantos do mundo, a China tem cerca de um sétimo da população mundial,
com mais de 1,2 mil milhões de habitantes. Seguramente que um número
considerável jogará futebol. Atualmente são mais de 2000 chineses os que
jogam fora da China. Em Portugal já existem uns quantos e mais virão,
estou certo disso», conta José Meireles.
Com a equipa a ocupar presentemente o 10º posto na Série E, o
treinador de 51 anos espera que este quinteto faça a diferença já a
curto prazo na luta pela subida. «Se não acreditasse [no valor deles],
não os aceitava», vinca, elogiando a adaptação rápida dos asiáticos: «A
integração está a correr muito bem. Os atletas foram bem recebidos no
seio do grupo, havendo agora a tarefa de contornar o obstáculo da
língua, mas até isso está a correr de forma satisfatória».
O problema da comunicação precisa de uma resolução rápida, mas
para já a contratação de um tradutor está fora de questão. «Nem sequer
me passou isso pela cabeça, a linguagem do futebol é universal», defende
o técnico.
José Meireles teve ainda poucos dias para trabalhar com os
jogadores chineses, mas traça já uma avaliação positiva. «O que mais me
agradou nos meus novos atletas foi agressividade e a disponibilidade
demonstrada para aprender e a juntar a isto a alegria com que o fazem.
São excelentes características para quem quer vencer», sublinha.
A chegada dos ‘reforços’ chineses despertou ainda algumas
‘brincadeiras’ por parte dos amigos de José Meireles. Afinal, não é
todos os dias que a equipa da terra conta com cinco elementos de um país
tão grande quanto desconhecido. «Recebi várias chamadas de amigos meus a
tentarem confirmar a notícia. Depois de eu lhes confirmar claro está
que brincaram. Mas acredito naquilo que o Paulo Futre disse na altura»,
assegura o treinador, em alusão à anterior campanha para as eleições do
Sporting, em 2011.
Agora, só o futuro dirá se este ‘negócio da China’ vai ser proveitoso para o Amora.
Fontes: A Bola (Filipa Reis)+ Sapo Desporto
-
Blogger Comment
-
Facebook Comment
Subscrever:
Enviar feedback
(
Atom
)
0 Comentários :
Enviar um comentário