Sem campo, o Luso suspende futebol 11

No sábado, 5 de maio, realizou-se a Sessão Comemorativa dos 92 anos do Luso Futebol Clube, na Sede Social/Salão Emídio.
No decorrer desta cerimónia, o presidente do Luso FC, Leopoldino Machado, não deixou de recordar que o Luso, em junho, terá de sair do Campo de Jogos da Quinta Pequena e disse, nesse sentido, que “o clube, sem espaço, irá certamente suspender toda a atividade de futebol de 11”.
Num “balanço rápido” sobre a vida do Luso ao longo dos seus 92 anos, Leopoldino Machado também não deixou de olhar para o presente, fazendo referência às prestações desportivas, onde destacou a subida da equipa sénior de futebol de 11 à 1ª divisão do Campeonato Distrital de Seniores.

Sem campo, o Luso suspende futebol 11
Já sobre o futuro do futebol de 11, o responsável não deixou de fazer menção ao facto de “em junho próximo, o clube ter de abandonar o campo da Quinta Pequena” – resultante da decisão dos proprietários desse terreno que desencadeou uma ordem do tribunal.
“Vinte e cinco anos de luta nos tribunais, cinco anos se passaram e não foi possível arranjar uma solução para esta questão, (…) houve vontade da autarquia para resolver o problema, (…) sucessivas decisões do poder central impediram sistematicamente que se arranjassem alternativas para que o clube tivesse um espaço para o seu parque de jogos”, referiu o responsável que adianta que “o clube, sem espaço, irá certamente suspender toda a actividade de futebol de 11”.
E no dia em que foram muitas as coletividades que quiseram agraciar o clube com lembranças de aniversário, Leopoldino Machado também quis deixar uma palavra de agradecimento ao Futebol Clube Barreirense “e ao seu presidente, em especial, pela disponibilidade manifestada de deixar o Luso jogar esta época no [seu] campo na Verderena, sem contrapartidas de natureza financeira”.
Também presente na cerimónia, o presidente da Associação de Futebol de Setúbal, Joaquim Sousa Marques, perante uma “sessão muito concorrida”, destacou o papel dos sócios em manter o clube vivo e referiu que o Luso é hoje um “nome reconhecido pelo país” que projetou o nome do Barreiro.
A respeito do problema da falta de insfraestruturas, o responsável considerou que, independentemente de, “nos últimos anos”, o Luso “ter andado com a casa às costas”, o clube “não virou a cara à luta e continua a trabalhar”, o que entende ser “motivo de orgulho para todos”.
Em representação da autarquia barreirense, a vereadora responsável pela área da Cultura e Associativismo, Regina Janeiro, sobre a situação do clube, recordou que, “no ano passado”, a autarquia esperava que a Escola Secundária Alfredo da Silva “entrasse em obras” e, nesse âmbito, ao lado dela, iria ser criado um campo de futebol para o Luso”, o que acabou por “não acontecer”. Ainda assim, a autarca diz que a autarquia “não desiste dessa solução”.
A respeito do “problema da Quinta Pequena”, a vereadora referiu ainda que a Câmara “vai continuar em conversações, com o obetivo de ajudar o Luso nesta questão”. “Queremos que o Luso continue a ter este papel importante na vida da cidade”, concluiu.
Da Assembleia Municipal do Barreiro, o presidente deste órgão municipal, Frederico Pereira, enalteceu o “papel do Movimento Associativo (MA) e particularmente do Luso”. “Vejo aqui, todos os anos, renovada uma vontade de continuar o trabalho que começou há 92 anos”, observou. O responsável entende ainda que, à semelhança de outros tempos, o “papel do MA será determinante para que as dificuldades sejam ultrapassadas”, na “construção de um futuro melhor”.
Durante a sessão de aniversário, foi também prestada homenagem aos sócios que completaram 25 e 50 anos de associados.
Carlos Humberto, o presidente da autarquia barreirense, que aos 11 anos se tornou o sócio número 106 daquele clube, foi um dos agraciados com o emblema de ouro e recordou ao JB algumas memórias.
“Era aqui a minha casa e, até ter ido para a tropa em 73, tive aqui uma intensíssima intervenção, não só no basquetebol, que não tinha grande jeito, mas particularmente na Comissão Cultural do Luso, no fim dos anos 60, que teve uma grande importância na vida associativa do Barreiro e na intervenção cultural e cívica do concelho, mas também na nossa vida individual”, partilhou com emoção e “grande satisfação” pelo momento, desejando ainda longa vida ao Luso.
“Só espero que o Luso continue a conseguir prestar este serviço à população do Barreiro”, expressou. 

Fonte: Jornal do Barreiro
Foto: NCAFB
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Autor: FMS

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