CARTA ABERTA
Barreiro, 27 de Julho de 2010
Caros sócios e concidadãos,
Como é do conhecimento geral o nosso concelho tem como tradição um forte desenvolvimento desportivo a que não é alheio o facto de dispor das melhores condições na cidade para esse efeito.
É seguramente do conhecimento geral ter havido eleições recentemente no Grupo Desportivo Fabril, das quais resultou a actual Direcção, legitimada pelo voto e confiança dos sócios presentes, para dar continuidade e excelência ao Clube de uma forma organizada e dinâmica.
Contudo, num espaço de tempo tão curto da vigência desta Direcção, ocorreram um conjunto de situações, no mínimo anormais ou caricatas, que, conjuntamente com notícias oficiosas, não deixam alternativa a esta Direcção senão tornar público as ocorrências recentes e deixar bem clara a postura desta Direcção no tocante aos destinos do clube, desmistificando quaisquer propósitos menos nobres e, deixando os sócios do clube e a população do concelho a par daquilo que se passa de facto, deixando claro o que se pretende venha a ser este clube, quer tão só como um dos grandes clubes do Distrito, quer enquanto integrado num concelho virado para o desporto.
Assim, considerando:
- Que foi claramente dito por esta Direcção quando tomou posse há três meses de que iria tomar o pulso do clube face a tanta falta de informação e à repentina tomada de posse para poder dar continuidade a um grande clube como este;
- Que o anterior conselho fiscal não querendo inviabilizar a normal continuidade do clube aprovou as contas de 2009 com um conjunto de reservas que estão a ser objecto de verificação pela actual direcção bem como as recomendações prestadas no Relatório anual sobre a fiscalização efectuada;
- Ter-se esta Direcção defrontado com dificuldades (que ainda se mantêm) na obtenção de informação relativamente às recomendações dadas no relatório anual sobre a fiscalização efectuada propostas pelo conselho fiscal, nomeadamente quanto à identificação do imobilizado do clube, quanto à não obtenção de confirmação dos saldos de terceiros e de bancos, quanto ao repentino surgir em apenas três meses de mandato desta direcção de obrigações executórias não espelhadas na contabilidade nem reportadas pela direcção precedente, e quanto à ausência de um relatório de gestão que permitisse consolidar e confirmar as informações prestadas verbalmente pela direcção precedente;
- Termos tomado conhecimento de mais situações passíveis de constituir um passivo do clube (sentenças executórias) também não reportadas pela anterior Direcção nem tão pouco espelhadas na contabilidade;
- Que fomos confrontados com situações de lesa clube quer quanto à imagem quer quanto à sua situação financeira por declarações prestadas que continuamos a aguardar comprovativo das mesmas para agir em conformidade;
- Que afinal a situação do clube não é tão simples nem clara como quanto nos foi dado crer e publicamente manifestado ser, quer do ponto de vista financeiro, quer contabilístico, quer logístico;
- Que após um mês de mandato o clube tenha tomado conhecimento de uma penhora bancária por força de um processo de 2003 (não reportado pela Direcção precedente nem na contabilidade);
- Que tendo o clube recebido uma notificação da Administração fiscal de reembolso de IRC num dia e dois dias depois recebe uma notificação de atribuição desse reembolso a um processo executório também datado de 2003 (não reportado pela direcção precedente nem pela contabilidade), quando é do conhecimento geral que a administração fiscal prioriza sempre a penhora de contas bancárias em primeira instância;
- Que tenhamos sido confrontados com situações de dividas do clube assumidas anteriormente mas não manifestadas na contabilidade;
- Que esta Direcção tudo tem feito para gerir com clareza e transparência os dinheiros do clube e as suas actividades;
- Que esta Direcção não pode pactuar com situações ilegais nem contrárias aos bons princípios por que se deve reger o clube e a sua prestação perante os sócios e a comunidade;
- Que esta Direcção pretende levar a bom porto os destinos do clube disso mantendo informados os sócios e a população de uma forma geral;
É pois normal que esta Direcção deva tornar publico estes factos para que todos possam tomar conhecimento adequado e correcto da vida do clube e da sua integração na comunidade, razão pela qual se afigura fundamental a esta Direcção tentar obter por parte da administração fiscal uma inspecção/auditoria desde que tal possa ser feito sem custos ou com o mínimo de custos possível.
Este objectivo trará total confiança ao resultado que dela vier não podendo ninguém vir futuramente tentar tirar partido de afirmações públicas incorrectas sobre a gestão do clube que nada tem a ver com a actual Direcção do mesmo, nem consequentemente tentar imputar responsabilidades indevidas com objectivos pessoais ou eleitoralistas.
Naturalmente que desconhecendo a dimensão das potenciais incorrecções que possam ser detectadas por tal auditoria/inspecção não podemos vaticinar sobre as consequências da mesma, apenas sim deixar bem claro que o resultado que daí advier nunca poderá ser imputado a esta Direcção mas sim a Direcções precedentes.
Recordamos que estamos num clube de eleição pelas suas condições logísticas que só pode e deve aproveitar aos sócios e à população do concelho do Barreiro, no âmbito do fomento da prática desportiva, razão pela qual a Câmara Municipal do Barreiro mostrou toda a sua disponibilidade para em conjunto com o clube atingir este objectivo, bem como representantes do Grupo Mello com os quais esta direcção já teve a oportunidade de encetar conversações também visando aquele objectivo.
Não obstante a ainda curta duração desta Direcção, era fundamental tornar público, alguns acontecimentos recentes prejudiciais ao normal funcionamento e vida do clube, mas que só agora, após mais de seis anos, começam a fazer-se sentir e a influenciar de forma negativa a estabilidade financeira do clube.
Coincidências ou não, o que é certo é que pretende esta Direcção tornar públicos tais situações e dar a conhecer também que ainda há muito para fazer e diagnosticar, conscientes de que poderão surgir repentinamente outros obstáculos jurídicos potencialmente penalizantes para o clube e relativamente aos quais esta direcção é totalmente alheia mas que tudo fará tentando corrigir os erros do passado, imprimindo e dando rumo à gestão do clube duma forma correcta e organizada.
É contudo fundamental que os sócios e a população do Barreiro estejam a par e passo dos acontecimentos da vida do clube para que se acabe com especulações públicas e levianas efectuadas por gentios escondidos no anonimato, com objectivos menos próprios para quem se diz e pretende ver este clube contribuir de uma forma adequada para a prática do desporto.
Neste sentido estaremos abertos a quaisquer esclarecimentos que os sócios e/ou a população do concelho do Barreiro pretendam a fim de validar a transparência na gestão do clube, apanágio desta Direcção e, assim, impedir publicações delatoras e menos correctas ou falsas que possam afectar ou denegrir a imagem do clube.
Com um desejo a todos os sócios deste grande clube e à população do concelho de bons resultados e de incentivo à prática do desporto, despedimo-nos não sem reiterar a nossa total disponibilidade para qualquer esclarecimento pretendido de forma adequada e transparente.
A Direcção do Grupo Desportivo Fabril
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