O Desportivo Fabril (antiga CUF) e o Barreirense são dois clubes com um histórico importante nas escolas de futebol, com os seus responsáveis a defenderem que as regras, até para os pais, são um dos segredos do sucesso.
Os dois clubes do concelho do Barreiro têm nas suas escolas de futebol cerca de 500 jovens futebolistas, com idades compreendidas entre os cinco e os 13 anos.
Nuno Silva, Coordenador da Escola de Futebol do Fabril, disse à agência Lusa que "as expetativas são maiores nos pais do que nos próprios miúdos" e destacou o fenómeno Cristiano Ronaldo.
"Até digo na brincadeira que não há aqui nenhum Cristiano Ronaldo, porque ele nasceu na Madeira e aqui não temos nenhum miúdo que nascesse na Madeira. Alguns pais esperam o filho dê o salto para o futebol profissional e que seja a garantia de reforma de alguns, porque os miúdos gostam é de jogar futebol e estão aqui para aprender", salientou.
Nuno Silva explicou que, quando iniciou este projeto, uma das situações mais difíceis de gerir era a dos pais e que isso levou a que fossem criadas regras para todos: treinadores, miúdos e pais.
"Estavam habituados a serem treinadores cá de fora. Treinamos a tomada de decisão e, se tenho um pai a dizer passa ou chuta, está a influenciar a tomada de decisão do miúdo e por isso retiramos ele do campo e explicamos o motivo", disse.
O coordenador lembrou que os pais são uma parte importante da dinâmica da escola de formação, mas referiu que "cada um tem o seu lugar".
O responsável referiu ainda que a escola do Fabril pretende transmitir regras básicas, autonomia e capacidade de decisão nos seus jovens, aspetos que considera que podem ser muito importantes na sua formação como homens.
Carlos Fernandes é coordenador do futebol de formação do Barreirense e afirmou à Lusa que por vezes surgem situações mais difíceis de controlar, mas que muitas vezes são os pais a complicar as situações e não o jogador.
"Por vezes não é o miúdo que complica a situação, por vezes são os pais, e quando surgem alguns tiques, digamos que de vedetismo, tentamos falar com o miúdo e com os pais para o colocar no lugar e lhes fazer ver que o grupo é fundamental", referiu.
O responsável, que está há dois anos a coordenar a formação, também estabeleceu um conjunto de regras e condutas que jogadores, pais e treinadores têm que cumprir de modo a conseguir que "todos falem a uma só voz".
"Cada um deve cumprir as suas funções, saber o seu lugar, respeitando sempre o clube", disse.
Carlos Fernandes salientou também a importância do futebol e do desporto na vida dos jovens, referindo que podem ajudar a resolver muitos problemas, como por exemplo no meio escolar.
"Temos exemplos de jovens que não tem o comportamento ou o aproveitamento adequado e nós em conjunto com os pais e com as próprias escolas falamos e conseguimos resultados", referiu.
Nuno Silva também tem exemplos deste aspeto: "Surgiu um caso de um miúdo com problemas de comportamento, falei com ele aqui e disse que se continuasse assim não o deixava treinar e ele retificou".
Sobre o futuro, ambos garantem que os clubes da Margem Sul têm condições para continuar a ser referências na formação de jogadores de futebol para os principais clubes do país, como é exemplo a constante saída de jovens de tenra idade para clubes como o Sporting, o Benfica ou o Belenenses.
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