O Clube D. Montijo pode fechar portas, subsídios da Câmara penhorados.
O clube da margem sul do Tejo juntou-se ao lote dos que, devido a dificuldades financeiras, pode fechar portas. Os jogadores não recebem há quatro meses e, devido a um processo antigo, os subsídios da Câmara foram penhorados. Na terça-feira, em reunião magna, será discutido o futuro. A suspensão de toda a actividade e a demissão dos corpos sociais é um cenário muito provável.
Não era uma situação nova, mas os problemas aumentaram com uma grave crise financeira motivada por um processo antigo, com quase 20 anos, em tribunal, o qual resultou na penhora de todos os subsídios da Câmara Municipal ao clube. Sem meios para cumprir os compromissos estabelecidos, os jogadores não recebem desde Novembro e passam por muitas dificuldades. O treinador José Vasques reduziu os treinos semanais, porém, os problemas parecem ser insustentáveis.
Assim, e face a este cenário, a Direcção presidida por António Grade marcou de urgência uma assembleia geral para terça-feira, às 20 horas, na qual será discutido o futuro do Montijo.
«Caso não surjam soluções, só existem duas coisas a fazer. Paramos de competir em todos os escalões e esta Direcção demitir-se-á em bloco. É uma situação muito complicada e, a cada dia que passa, os problemas aumentam», afirma o presidente António Grade, que lança algumas críticas à autarquia: «É certo que não têm a culpa de todas as dívidas e problemas passados, mas também é verdade que nunca nos deram a mão em nada. O Montijo é um clube que gere cerca de 250 atletas e que promove o desporto na região.»
Futuro negro
No treinador Luís Vasques são evidentes as palavras de tristeza. A equipa trabalha com muita dignidade e nada tem a apontar aos jogadores.
«Para quem não recebe desde Novembro todos estão a cumprir. Estamos numa posição delicada, mas continuamos a lutar com as forças que temos», lamenta o técnico, que, apesar do desejo de outro cenário, não acredita em melhores dias.
«O futuro é negro para o Montijo, um clube histórico. Se é complicado trabalhar com a cabeça de um jogador que não recebe há um ou dois meses, imagine-se o que é estar a trabalhar com a cabeça de atletas que não recebem há quatro. Apesar do esforço é difícil ver um bom futuro. Os treinos já foram reduzidos e agora resta acreditar num milagre...».
"A bola"
0 Comentários :
Enviar um comentário