ASSIM NÃO DÁ!


Durante anos a fio, sempre se comentou que o Barreirense andou a evitar a subida de Divisão, da Segunda B para a Liga de Honra, por não acreditar ter condições financeiras para sustentar as obrigações decorrentes da passagem do "amadorismo" da prova organizada pela F.P.F., para o "profissionalismo" da prova tutelada pela Liga de Clubes. Embora ainda hajam sérias dúvidas sobre onde acaba o amadorismo em clubes nos quais os jogadores recebem mais que muitos profissionais da bola, não tendo outra ocupação principal, ao invés de terem no futebol um complemento, visando (quem sabe) uma possível profissionalização, e onde começa o profissionalismo em clubes que vivem em dificuldades para pagar ordenados, alguns abaixo dos praticados nos ditos clubes de competições amadoras, não tendo receitas condizentes com o estatuto e, até menos apoios do tecido local, que alguns clubes "amadores". E aqui, o Barreirense é um bom exemplo. Que concorrência é esta que junta no mesmo campeonato um clube com um minúsculo apoio do empresariado e da Câmara local (o que se compreende, devido às dificuldades que infelizmente se constatam na zona, onde existem prioridades e o futebol não pode ser a maior, excepto em alturas de eleiçõees autárquicas...), com clubes como o Santa Clara (com ajudas avultadasdo Governo Regional dos Açores, vulgo povo Português em geral), ou o Marco (ou oAvelino Ferreira Torres F.C.), que sofre agora o facto do seu mentor ter abandonado a Câmara Municipal de Marco de Canavezes, fechando assim a torneira dos apoios financeiros e instalando o caos no clube. Não deixa de ser irónico que se antigamente o Barreirense fazia (na 2.ª Divisão B) grandes primeiras metades do campeonato para ganhar algum dinheiro com jogadores que se destacassem, descendo depois de rendimento para não encarar o profissionalismo da Liga de Honra, agora o clube da Margem Sul do Tejo está a braços com uma situação oposta. Andou a marcar passo na primeira volta, e a continuar assim terá de se desfazer da maior parte do plantel actual para não ser obrigado a suportar ordenados incompatíveis com uma competição com poucas receitas como a 2.ª Divisão B, onde tem sérias hipóteses de vir a jogar na próxima época, tendo em conta a sua actual classificação. Outra ironia: no ano em que os dirigentes do clube do Barreiro abraçaram o "projecto profissional", que finalmente conduziu à subida de Divisão, as competições viram o seu modelo ser alterado, passando a descer não 3 mas 6 equipas da Liga de Honra para a 2.ª Divisão B. É mesmo caso para dizer: "Está tudo contra! Assim não dá!!!"

Este texto foi igualmente publicado no blog falta papel.
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Autor: Serafim

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